sexta-feira, 26 de abril de 2013

A ilusão da solidão no ato educativo


Não. Não estamos sozinhos. Tem muita gente querendo mudar o mundo em que vive pelo simples fato de não gostar desse mundo que está aí.
Ontem assisti à aula magna proferida por uma juíza na faculdade onde trabalho e tive a grata surpresa de saber que têm pessoas que pensam como eu, que compartilham de alguns ideais e, o mais importante, estão atuando de alguma forma em busca da mudança. E eu acredito que a mudança começa no âmbito individual, não como uma imposição de fora para dentro, visando apenas à mudança de comportamentos ditada por aqueles que detêm o poder. Mas sim naquela mudança baseada na conscientização e na emancipação que somente é possível quando o sujeito se apropria do conhecimento e questiona o seu lugar e sua função na sociedade. Aí sim, ele consegue questionar a própria sociedade em que ele participa e contribui para sua constituição.
É aqui o lócus da escola, da universidade, da educação formal de uma forma mais ampla. Nós professores ensinamos conteúdos, valores, atitudes por meio de nossas aulas e nossos exemplos. E se perdermos a esperança de que temos um papel essencial para a transformação perderemos a própria essência do ato educativo.
Eu quero sim que meus alunos, futuros professores de ciências, sejam reflexivos e críticos. Quero também que eles conheçam e ensinem (bem) os conteúdos das Ciências Biológicas, que se mantenham atualizados, que percebam que eles produzem conhecimento. Mas também almejo que eles sejam criativos - algo que a juíza mencionou ontem em sua aula. Como ela mesma disse: "há espaço para o novo". Na escola não ensinamos apenas o conhecimento, a cultura que foram produzidos e acumulados ao longo da história pela humanidade. A escola se reinventa a todo momento e o professor criativo é responsável por isso, pela mudança.
Se, por um lado, esse mundo pós-moderno nos dá a sensação de que somos cada vez mais fragmentados e, ao mesmo tempo, compartilhamos de "verdades" as quais nem nos damos conta que temos, por outro, estamos aí: agindo no mundo o tempo todo.
E quando esse agir é consciente, ele passa ser libertador. E, então, já não estamos mais sozinhos.

Um comentário:

  1. COLEGAS PROFESSORES:
    VALE A PENA PARTICIPAR DO GRUPO 'ENCONTRO USP ESCOLA' (NO FACEBOOK)
    O Encontro USP-Escola vem reunindo grande quantidade de professores há alguns anos, em janeiro e em julho. Alguns professores participantes sentiram a necessidade de criar o grupo com o intuito de desenvolver idéias surgidas durante os Encontros, bem como enviar sugestões para os próximos. Além disso, a idéia é compartilhar com colegas da rede básica de ensino informações que consideram interessantes: eventos educacionais, notícias da educação, cursos para professores, eventos didáticos, informações científicas, eventos culturais, servindo também de ponte de conhecimentos entre a USP e as escolas de ensino médio ou fundamental. Convidamos a todos a participar, sempre respeitando outros membros deste ou de outros grupos e suas crenças particulares

    https://www.facebook.com/groups/encontrouspescola/

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