quinta-feira, 18 de abril de 2013

Sobre a "perda" de tempo na escola

Escola virou sinônimo de chatice, obrigação, perda de tempo. Afinal, com tantas coisas mais interessantes para se fazer para que ir à escola?
Tem muito aluno que pensa e fala isso mesmo. Mas será que isso é verdade para 100% dos alunos em todos os momentos de sua vida? Sinceramente, não acredito. Afinal, onde conhecemos (e convivemos) com pessoas de nossa idade, fazemos amizades, falamos besteiras, criticamos nossos pais, compartilhamos nossas ideias, marcamos o cinema, comentamos sobre um novo vídeo no YouTube? E por aí vai...
A escola é esse espaço que não serve "apenas" para ensinar e aprender conteúdos. Nela, enquanto alunos, passamos a nos constituir como seres sociais. Acontece que nós professores - e todo o sistema educacional - damos tanta ênfase ao conteúdo (e tudo que decorre daí) que os alunos realmente passam a acreditar que somente vão à escola para decorar coisas, fazer provas e passar de ano. Não estou querendo dizer que não temos a obrigação de ensinar conteúdos científicos pelos mais diversos motivos. Claro que temos! Mas o ensino das ciências não pode se reduzir a isso (algo consensual entre a comunidade acadêmica) e, de fato, nunca se reduz. No entanto, temos que fazer com que nossos alunos percebam que não estão indo à escola "apenas" para perder tempo de suas preciosas infâncias e adolescências.
Quando os alunos se divertem e conseguem perceber relações entre as perguntas que movem suas vidas e as questões centrais das ciências eles sentem prazer em ir à escola. Não é a toa que existem os professores preferidos, aqueles cujas aulas todos aguardam com ansiedade e, anos depois, são lembrados com tanto carinho. Será que esses professores são "apenas" empáticos? Que técnica seria essa que prende a atenção dos alunos e os fazem esquecer do celular?
A escola se reinventa o tempo todo simplesmente porque ela é feita por pessoas. E gente é inquieta. Crianças e adolescentes, então... E todos eles estão cada vez mais antenados, plugados e conectados. Não sou muito adepta desse discurso de que a escola tem que incorporar as novas tecnologias para "atrair" a molecada. Não é isso que garantirá a melhoria do ensino tampouco da escola pública.
A escola por ser esse organismo vivo é complexa e dinâmica. Mas por que será que os alunos têm a impressão de que ela é lenta, estática e parece que parou no tempo? Não se trata de buscarmos culpados mas talvez de refletirmos um pouco sobre essa visão dos estudantes.

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