sábado, 10 de novembro de 2012

Revistas para o professor e sobre a escola: formadoras ou “modeladoras”?



Época de planejamento de disciplinas novas é sempre cansativa mas bastante produtiva também. Além disso, por causa da própria criação deste blog tenho exercitado algumas habilidades na Web que nunca tinha experimentado. Observei que (quase) tudo que se queira aprender, acessar ou simplesmente matar a curiosidade pode ser encontrado no “milagroso” site de buscas do Google. Por meio dele, estou tendo a oportunidade de encontrar materiais os mais diversos sobre educação, entre eles uma quantidade considerável de revistas destinadas a professores ou gestores escolares.
Confesso que costumava a ver essas revistas com maus olhos. Talvez por não conhecê-las com profundidade ou por até mesmo ter aquele olhar “superior” de quem tem o pé muito fincado na academia. No entanto, tenho encontrado textos de todos os tipos, para os mais variados gostos e necessidades e, é claro, com qualidades diversas.
Os textos dessas revistas vão desde reportagens de divulgação científica, entrevistas (com educadores, cientistas de diferentes áreas, políticos e por aí vai), relatos de experiências docentes ou escolares de sucesso (sob o ponto de vista daquele que escreve), resenhas de livros até anúncios e divulgação de eventos e cursos de atualização. Ou seja, uma gama de textos que podem atender às necessidades daqueles que os buscam. Acredito que o mais importante nesse tipo de relação entre aquele que procura a informação e aquilo que é oferecido não é a qualidade do que ele acha mas sim o seu discernimento efetivo de perceber se o texto que ele encontrou atende aos seus interesses e está alinhado às suas concepções de ensino. Alguém poderia pontuar: “não tem jeito, existem textos que são muito ruins e deveriam ser impedidos de circularem na Internet”. No entanto, eu acho que o pior não é a condição “ruim” de um texto (condição subjetiva, convenhamos) e sim o leitor/professor não ter clareza de seus propósitos enquanto educador e reproduzir práticas e discursos sem qualquer tipo de reflexão.
Há problema em pegar um vídeo ou uma aula pronta ou utilizar um roteiro de um experimento? Em minha opinião haveria caso o professor simplesmente reproduzisse o vídeo, a aula ou o experimento de forma mecânica. Às vezes o “puritanismo” da academia impede o reconhecimento de questões básicas e triviais do dia a dia do professor da escola básica. Ele tem que dar conta de questões práticas e se tem algum material que o inspire a inovar em suas aulas, dinamizar seu cotidiano ou estimular a participação de seus alunos desde que ele se aproprie de maneira crítica do material, qual é o grande obstáculo nisso?
Voltando às revistas, mais especificamente sobre a qualidade de seus textos, notei que a variedade é mais positiva do que negativa porém a leitura tem que ser perpassada por um olhar atento sobre aquilo que está sendo dito e o que pode estar nas “entrelinhas” (os importantes “não ditos”). Algo que costuma me ajudar nesse sentido é prestar atenção na autoria do texto e no próprio editorial da revista. No mais, sejamos cautelosos mas preconceituosos jamais.

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