quarta-feira, 26 de junho de 2013

As manifestações, os movimentos populares da Educação e o Ensino de Ciências

Este Blog trata de assuntos relacionados à Educação e, mais especificamente, ao Ensino de Ciências. Perante todos esses acontecimentos que têm ocorrido em nosso país é impossível não se manifestar ou se perguntar se tudo aquilo em que sempre acreditei pode estar, de fato, se concretizando.
A Educação para mim sempre foi uma das vias centrais para a mudança. Tanto a interna, via conscientização do sujeito, quanto a coletiva. Apesar de ao olhar para as escolas não conseguir visualizar um ensino que vise a politização e a criticidade dos alunos estamos vendo que os (ex) alunos estão nas ruas completamente cientes de que nossa sociedade é injusta, desigual e desumana.
Eles não querem mais esse tipo/modelo de sociedade cujos políticos roubam, desviam verbas públicas, punem e absolvem a si próprios. Eles não querem mais uma sociedade na qual os que mais trabalham, levam horas dentro de ônibus e trens lotados para ir e voltar no percurso casa-trabalho, são os piores remunerados, vivem endividados, não têm creche para deixar seus filhos para irem trabalhar e são sempre encarados como os "coitados" e "imbecis" quem sempre elegem os mesmos. E quando digo os mesmos me refiro a toda a classe política que, com raríssimas exceções, não defende o interesse da população.
Não sou profunda conhecedora de História da Educação, gostaria muito de saber mais e sempre me esforço para relacionar a história do nosso país com nossos movimentos educacionais, mas consigo perceber que essas manifestações ocorridas até aqui constituem-se em movimentos populares de força. Mesmo que eles não tenham tido uma organização ou pauta inicial completamente clara o que importa é que a população fez a sua voz ganhar força. Vejo aqui profundas relações com os movimentos populares pós-ditadura, a Educação e o papel do profissional da educação (não apenas o professor) com o compromisso por um país justo e com condições de vida iguais para todos.
Somos nós, atores da Educação, que formamos intelectualmente, moralmente e os valores de toda a nação. Temos que lutar dia a dia, individualmente, em nosso campo de atuação sim. Mas temos que estar sempre organizados em prol da melhoria de nossas condições de trabalho e pela valorização (não só econômica) da classe. Fomos destroçados durante a Ditadura Militar e agora, via Democracia, temos que recuperar o respeito pelo magistério.
O discurso belo e pomposo do Ensino de Ciências que visa a formação de cidadãos críticos parece estar saindo do papel, pode ser que meio sem jeito, meio no tato. O enfoque CTS (Ciência-Tecnologia-Sociedade) e as metodologias que se apoiam em educadores progressistas como Freire não andavam à toa, por aí.
Estamos vivos, mais do que nunca, fazendo a diferença.

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